O que é educação financeira e como abordá-la nas escolas?

20/01/2023 19:38

 fonte: plataforma AaZ

Em 2020, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) definiu como obrigatória a educação financeira nos currículos educacionais da Educação Básica em escolas públicas e privadas do Brasil. 

Essa é uma das possíveis soluções para a melhoria dos baixos índices de letramento financeiro de uma sociedade com altas taxas de endividamento. Mas o que é a educação financeira? Como a escola estará contribuindo para uma formação completa e orientada?  

Continue a leitura deste post para entender melhor o tema. 

O que é educação financeira?

educação financeira não tem nada a ver com Bolsa de Valores, ou realizar investimentos de alto risco. Trata-se da melhor compreensão em relação aos rendimentos financeiros, com objetivo de fazer com que o cidadão possa tomar decisões conscientes e assertivas. Basicamente, serve para estabelecer uma relação saudável com o dinheiro.

Por meio da educação financeira, o indivíduo consegue analisar como fazer o uso responsável do dinheiro, além de:

  • entender a importância do planejamento da aposentadoria;
  • como usar o cartão de crédito de forma responsável;
  • como e porquê não acumular dívidas;
  • importância de estabelecer metas financeiras.

Ademais, a educação financeira é uma forma de garantir qualidade de vida tanto no presente, quanto para o futuro. Afinal, o acúmulo de dívidas e a falta de dinheiro estão entre as principais causas de adoecimento mental da população.

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de 2021, 70,9% das famílias brasileiras estão endividadas – o maior nível registrado em 11 anos. E engana-se que as pessoas com altos salários não têm dívidas. O número de pessoas com mais de 10 salários mínimos endividadas também cresceu no último ano.

Ou seja, o endividamento e a inadimplência não têm a ver com ter a quantia depositada todos os meses na conta bancária. 

Apesar de haver inúmeras causas para essas taxas, a falta de educação financeira sempre está presente nas pesquisas. O que mostra que não adianta ganhar bem, mas não saber como gerenciar o dinheiro corretamente

Como a educação financeira deve ser abordada na educação básica?

No Brasil, a educação financeira está longe de ser um tema debatido dentro ou fora das escolas. Segundo relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o país ficou no 17° lugar entre os 20 países pesquisados no que se refere às competências financeiras. Uma das saídas para reverter esse cenário é por meio da escola.

Desde 2020, a educação financeira passou a ser obrigatória em todas as turmas da Educação Infantil até o Ensino Médio. Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o tema deve ser abordado de forma multidisciplinar no currículo pedagógico das escolas de todo o país.

O objetivo da educação financeira nas escolas é fazer com que as crianças e adolescentes aprendam como administrar o dinheiro de forma responsável, desde as primeiras moedinhas colocadas no cofrinho, até como gerenciar as primeiras mesadas dadas pela família, e o primeiro salário recebido. 

A BNCC estabelece que a educação financeira não deve se restringir apenas às aulas de matemática, pois essa temática deve ser abordada em todas as áreas do conhecimento, envolvendo dimensões psicológicas, culturais, sociais, políticas, econômicas, entre outras. 

“É possível, por exemplo, desenvolver um projeto com a História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes momentos históricos, incluindo estratégias atuais de marketing”, BNCC, pág. 269. 

Como fica a educação financeira no Ensino Médio? 

A educação financeira deve ser abordada no currículo acadêmico das turmas do último ciclo da educação básica. Entretanto, com a chegada do projeto do Novo Ensino Médio, essa temática ganha ainda mais importância e destaque dentro das escolas.

Com a implementação dos itinerários formativos, a educação financeira pode ser amplamente abordada no eixo estruturante “Empreendedorismo”. Dessa forma, a escola promove uma reflexão sobre a importância dos conhecimentos sobre dinheiro, alinhado ao desenvolvimento de habilidades voltadas para o empreendedorismo e inovação. 

Esses conhecimentos são tão importantes quanto os conteúdos tradicionais ministrados na sala de aula. Afinal, são temáticas que farão parte da vida dos estudantes durante toda a vida. Assim, os jovens com maior consciência financeira podem ajudar a melhorar os índices socioeconômicos do país

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